Ataques de abelhas preocupam no RS: entenda os riscos e como se proteger
Em apenas quatro meses, Corpo de Bombeiros do RS recebeu 654 chamados para remoção de enxames. Orientação de especialistas é não se aproximar e buscar aju...

Em apenas quatro meses, Corpo de Bombeiros do RS recebeu 654 chamados para remoção de enxames. Orientação de especialistas é não se aproximar e buscar ajuda em caso de contato. Abelhas em colmeia na Região Central do RS Reprodução/RBS TV Em apenas quatro meses, o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul recebeu 654 chamados para remoção de enxames de abelhas. O número representa cerca de 65% do total registrado em todo o ano passado. Além disso, o estado já contabilizou cinco ataques de abelhas este ano, igualando o número de ataques de todo 2024. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A frequência dos incidentes levanta dúvidas sobre os riscos, o comportamento desses insetos e como a população pode se proteger. O g1 conversou com o coordenador do Laboratório de Abelhas e Polinização da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Charles Fernando dos Santos para esclarecer os principais pontos sobre o tema. Confira abaixo. Alta em ataques Segundo o professor Charles, a época do ano influencia diretamente na ocorrência de ataques. “De primavera a verão, é um período que elas estão soltando novos enxames para colonizar novos espaços. Então, a chance de ocorrer acidente aumenta mais nesse período ”, explica. Já no outono e inverno, os ataques tendem a diminuir. Segundo o biólogo, quando ocorrem, geralmente são causados por abelhas que já estão instaladas em algum local e se sentem ameaçadas por atividades humanas, como o uso de máquinas barulhentas ou manutenção em jardins. LEIA TAMBÉM Veja momento de ataque de abelhas que matou cavalo e deixou mais de 30 pessoas feridas em cavalgada no RS Trabalhador morre ao ser atacado por abelhas após atingir colmeia durante corte de vegetação em Osório Ataque de abelhas deixa mais de 30 pessoas feridas durante cavalgada no RS; um cavalo morreu Apesar das alterações no clima afetarem diversos organismos, o professor afirma que ainda não há estudos científicos que comprovem uma relação direta entre o aumento da temperatura e o crescimento no número de ataques. “O que temos são casos pontuais, geralmente relacionados à aproximação humana dos ninhos”, afirma Charles. O principal fator que contribui para ataques, segundo Charles, é a proximidade com o ninho. “Quando estão longe do ninho, como em flores, as abelhas não têm comportamento defensivo. Mas se alguém se aproxima demais da colmeia, elas se sentem ameaçadas”, explica o especialista. As abelhas costumam dar sinais antes de atacar, explica o professor: voam rapidamente em frente ao rosto da pessoa. Se o alerta não for entendido, uma ferroada pode desencadear um ataque em massa, já que o ferrão libera um feromônio de alarme que atrai outras abelhas. Como agir ao encontrar um enxame? De acordo com Charles, a orientação é clara: não se aproxime. Caso o enxame esteja em local de risco, o ideal é solicitar a remoção. “Mesmo que não represente perigo imediato, o enxame pode crescer e se tornar mais agressivo com o tempo”, alerta Charles. E se eu for atacado? O que fazer? Afaste-se imediatamente do local do ataque; Procure abrigo em um local fechado, como um carro ou casa; Proteja o rosto e pescoço, que são os principais alvos das abelhas; Evite se jogar em matas ou rios, pois isso pode gerar outros riscos; Remova os ferrões com cuidado, usando uma pinça ou objeto rígido, sempre de baixo para cima, para evitar injetar mais veneno; Mantenha a calma e hidrate-se. O nervosismo pode acelerar a circulação e espalhar o veneno mais rapidamente; Procure atendimento médico, especialmente se houver muitas ferroadas ou sinais de reação alérgica. O que pode causar a morte após ataques? A maioria das pessoas sobrevive a ataques de abelhas, como explica Charles. O risco maior está em reações alérgicas graves, como o choque anafilático, que ocorre em menos de 1% da população. A boa notícia, segundo Charles, é que está em desenvolvimento um soro antiapílico, semelhante aos usados para picadas de cobras e escorpiões, que poderá tornar o tratamento ainda mais eficaz no futuro. Se você encontrar um enxame ou presenciar um ataque, acione os bombeiros ou a Defesa Civil da sua cidade. 193 é o telefone de emergência para o Corpo de Bombeiros. RS já registrou mesmo número de ataques de enxames de abelhas que em 2024